quinta-feira, 29 de abril de 2010

Manaus - Sababa fará evento de Lag Baomer

No dia 1º de maio, sábado, às 20:00h o Grupo Sababa começa suas atividades de 2010 com uma grande festa de Lag Baomer com muito churrasco ao redor da fogueira. O evento será no clube Hebraica de Manaus e já é esperado um grande número de jovens.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Gilad Shalit e a guerra psicológica covarde

Gente, recebi o primeiro filme do Felipe Cusnir. Uma breve explicação: É uma animação feita pelo Hamas da luta do pai de Gilad, Noam Shalit, pela liberdade do filho. Para o que vos escreve parece mais um "se depender do governo seu filho volta morto". Colocaram uma pressão psicológica na familha de Gilad.
O segundo peguei na internet e fiquei mais impressionado.
Sei lá, gostaria da opinião de vocês pois esse vídeo pode ser usado para atividades em debates e seria muito interessante debatermos aqui também.

domingo, 25 de abril de 2010

Hagshamá Brasil esteve presente bo seminário de "antenas" da Agência Judaica


Sergio Rosenboim, Diretor Brasil e Daniel Lajb, Coordenador São Paulo, estiveram presentes no seminário para "antenas" da Agência Judaica. O espaço aberto para a Hagshamá teve como objetivo explanar as atividades do departamento pelo Brasil e propor parcerias.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Hagshamá e movimentos presentes no evento da Embaixada e Consulado de Israel

Os Movimentos Juvenis do Rio de Janeiro e a Hagshamá Brasil marcaram presença no evento de Yom Haatzmaut da Embaixada e Consulado de Israel.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Hagshamá e Movimentos Juvenis celebram o Yom Haatzmaut



Nesta segunda feira mais de 80 jovens entre madichim e bogrim dos movimentos juvenis estiveram presentes na celebração de yom haatzmaut. O evento teve a parceria da Hagshamá Brasil com os movimentos juvenis que voltam a realizar diversas atividades em conjunto.
A atividade foi uma exibição de um filme sobre Israel muito interessante e que "arrancou" o silêncio e a atenção de todos, cantamos o Hino (muito lindo) e comemos falafel e shawarma regado a muita música. O ponto alto foi a camisa unificada do evento que colocou todos presentes iguais nesta celebração.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Yom HaZikaron / Yom HaAtzmaút

Gostaria de compartilhar com vocês um texto que eu escrevi em Yom HaZikaron, em 2007, quando tive a oportunidade de estar em Israel nessa data e participar das homenagens e celebrações.


Num estado onde
todo cidadão e um soldado
e todo soldado e um cidadão

Participar do exército
não e só um direito e sim uma obrigação.
O uniforme verde oliva
é a roupa comum a todos

Hoje todos choram,
todos conhecem alguem
seja da familia ou amigos,
que faleceu em serviço

Toda morte, de cada indivíduo
dói em cada um
mas com um orgulho e respeito muito grande
como Trumpeldor disse:
"É bom morrer por essa pátria"

Pena que para termos essa pátria
tantos tiveram que morrer.
E outros tantos dia a dia
morrem nos protegendo.
O sentimento de coletividade
se intensifica nesses dias.

Queríamos não precisar lutar.
Que aos 18 se entraria na univeridade
como acontece no mundo todo

Mandamos nossos filhos
para lutar pela sobrevivência
pois o inimigo mora ao nosso lado
e nunca sabemos quando e nem de onde vem o perigo

Os mesmo jovens
pelos quais choramos hoje
nos dão a alegria para comemorar amanhã,
o dia da independência de Israel.
O dia mais feliz do ano
que se separa do mais triste
por apenas um minuto

Que não tenhamos que chorar
por mais ninguém
e poder somente comemorar com alegria.
Pois é bom VIVER por essa pátria!


PARABÉNS AO ESTADO DE ISRAEL PELOS SEUS 62 ANOS DE EXISTÊNCIA!!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Carta de Ronald S. Lauder, Presidente do World Jewish Congress, para o Presidente Obama

Texto Completo da Carta de Ronald S. Lauder, Presidente do World Jewish Congress, para o Presidente Obama


15 de abril de 2010

Caro Presidente Obama:

Eu escrevo hoje como um americano orgulhoso e como um judeu orgulhoso.
Judeus de todo o mundo estão preocupados. Estamos preocupados com as ambições nucleares do regime iraniano que se gaba das suas intenções genocidas contra Israel. Estamos preocupados porque o Estado Judeu está sendo isolado e deslegitimado.

Senhor Presidente, estamos preocupados com a dramática deterioração das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Israel.

A burocracia israelense sobre habitações emitiu um anúncio inoportuno e o seu governo o estigmatizou como sendo um "insulto". Esta discrepância diplomática era em relação a uma etapa, que é a quarta de um processo de sete etapas de planejamento para uma futura permissão para a construção de residências em uma área judaica de Jerusalém a qual, em qualquer acordo de paz continuaria a ser parte integrante de Israel.

Nossa preocupação aumenta ao nível de alarme quando consideramos algumas questões preocupantes. Por que a ênfase da retórica da Administração para o Oriente Médio parece culpar Israel pela falta de progresso nas conversações de paz? Pois são os palestinos e não Israel, que se recusam a negociar.
Israel já fez concessões sem precedentes. Colocou em vigor a maior e mais ampla moratória sobre assentamentos em relação à Cisjordânia da história de Israel.

Israel já declarou publicamente o seu apoio para uma solução de dois Estados. Por outro lado muitos palestinos continuam a recusar até mesmo o direito da existência do Estado de Israel.

A causa básica do conflito tem sido sempre a recusa dos palestinos em aceitar Israel como a nação do povo judeu. Todo presidente americano que tentou mediar um acordo de paz colidiu, mais cedo ou mais tarde com a intransigência palestina. Lembre-se da angústia do presidente Clinton quando as suas propostas de paz foram rudemente rejeitadas pelos palestinos em 2000. Portanto os assentamentos não são a questão principal.

E ainda agora continuam a não ser a questão principal.

Outra questão importante é esta: qual é posição da Administração em relação às fronteiras para um acordo final? A ambiguidade sobre este assunto tem provocado uma onda de boatos e de ansiedade. Poderia ser verdade que a América já não está comprometida para um acordo sobre um estatuto final que assegure fronteiras defensáveis para Israel? Seria um novo rumo sendo traçado o qual deixaria Israel com fronteiras indefensáveis, que eram um convite para invasões antes de 1967?

Existem pressões significativas do lado palestino para que utilize essas fronteiras indefensáveis como a base para uma futura declaração unilateral de independência. Como responderia os Estados Unidos a tal curso de ação imprudente?

E quais são as ambições estratégicas dos Estados Unidos num aspecto mais amplo no Oriente Médio? O desejo para melhorar as relações com o mundo muçulmano pela Administração é bem conhecido, mas o atrito com Israel é parte desta nova estratégia? O agravamento das relações com Israel poderia melhorar as relações com os muçulmanos? A História é clara sobre o assunto: o apaziguamento não funciona . Pode alcançar o oposto do que se propõe.

E sobre o personagem mais perigoso na região? Não deveria os Estados Unidos permanecer focado na maior ameaça que o mundo enfrenta atualmente? È a ameaça de um Irã com armas nucleares. Israel é o principal aliado da América no Oriente Médio, e é um dos mais comprometidos com esta Administração com o propósito de assegurar que o Irã não consiga armas nucleares.

Senhor Presidente, nós entendemos a sua sinceridade na sua busca para uma paz duradoura. Mas nós recomendamos com insistência para que leve em consideração as preocupações expressas acima. O nosso grande país e o pequenino Estado de Israel têm em comum os valores fundamentais da liberdade e da democ racia. É um vínculo muito estimado pelo povo judeu. Neste espírito, a meu ver, mui respeitosamente, apresento que é hora de acabar com a nossa animosidade pública com Israel e para enfrentarmos juntos os verdadeiros desafios que estão a nossa frente.

Atenciosamente,
Ronald S.Lauder
Presidente
Congresso Judaico Mundial

Mensagem do Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para as Comunidades da Diáspora - 62º aniversário da Independência de Israel - Abril 2010


Mensagem do Primeiro Ministro de Israel,
Benjamin Netanyahu, para as Comunidades da Diáspora
- 62º aniversário da Independência de Israel -

Abril 2010
O dia da Independência de Israel celebra um duplo milagre na vida do povo judeu.
O primeiro milagre é a restauração da soberania judaica. Não conheço outro exemplo na história das nações em que um povo disperso, praticamente deixado à morte, foi capaz de reafirmar a sua vida nacional.
O segundo milagre é o que temos feito desde a criação do Estado judeu. Israel está se tornando rapidamente uma potência econômica regional e uma das principais potências do mundo tecnológico.
Todo o poder da criatividade e da genialidade do povo judeu está brotando nas mais diversas áreas: na ciência, na tecnologia, na medicina, nas artes. Esta incrível manifestação de criatividade promete um grande futuro para o povo judeu e para toda a humanidade.
Este duplo milagre é um testemunho da força de vida do povo judeu. É um testamento aos sentimentos profundos de esperança que levamos dentro de nós e para a conexão profunda que temos tanto com o nosso passado como com o nosso futuro. Os dois milagres que já ocorreram estão apenas no início. Se todos nós ficarmos juntos, se continuamos comprometidos com o nosso destino comum, não há nada que não possamos alcançar.
Chag Sameach!
Benjamin Netanyahu
Jerusalém, Israel

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Discurso da Embaixadora Israelense Gabriela Shalev no Conselho de Segurança da ONU


Sr. Presidente,

Deixe-me agradecer-lhe a sua gestão deste Conselho. E obrigada, Sr. Pascoe, por sua breve introdução. No início, gostaria de expressar os mais profundos sentimentos do povo e do Governo de Israel sobre a recente tragédia em que o Presidente polonês e os membros de sua comitiva perderam suas vidas em um acidente de avião. Que o povo da Polônia não conheça mais o luto.

Sr. Presidente,

Este debate ocorre entre dois dias importantes em Israel. Na segunda-feira, Yom Ha'Shoah, comemoramos as vítimas do povo judeu do Holocausto. E na próxima segunda-feira, o Yom Ha'zikaron, vamos comemorar os nossos soldados que caíram nas guerras, e todos os israelenses assassinados por terroristas. Somente após estes dois dias de lembrança é que podemos colocar os nossos corações para comemorar o nosso dia da independência.

Estes dois dias de comemoração lançam a luz sobre a luta interminável do nosso povo para construir uma pátria para o povo judeu, livre, independente e democrático. São dias solenes e sinalizão o nosso desejo de viver em paz, prosperidade e cooperação com nossos vizinhos.

No entanto, na busca da paz no Oriente Médio, todos os lados devem perceber que eles não têm apenas direitos, mas também deveres.

Os palestinos e o resto do mundo árabe deve mostrar, em palavras e atos, que eles também estão comprometidos com o processo de paz. Eles devem demonstrar sua vontade não só para exigir direitos, mas também a aceitar responsabilidades. Eles devem tomar medidas concretas para combater o terrorismo, para pôr fim a incitação, a iniciar negociações diretas e começar um processo de normalização com Israel.

Sr. Presidente,

Israel espera que as negociações de proximidade irão servir como um trampolim para a retomada das negociações diretas a paz bilateral. Somente através de tais negociações é que podemos esperar chegar a um acordo de paz abrangente. No entanto, o sucesso de tais conversações - e sua transição para negociações diretas – dependem de todos da região para tomar medidas de confiança.

Sr. Presidente,

Os governantes terrorista do Hamas mantém Gaza como um epicentro do terrorismo. Com apoio financeiro e armas do Irã, o Hamas brutaliza o seu próprio povo enquanto realiza o lançamento de ataques mortais contra civis israelenses.

Em 1 de Abril de 2010, através da fronteira egípcia de Gaza, no Sinai, uma enorme quantidade de armas destinadas à Faixa de Gaza foi descoberta. Ao longo de fevereiro e março, uma onda de foguetes Qassam e outros ataques terroristas expuseram a população civil do sul de Israel a ameaça grave e iminente perigo.

Como resultado desses ataques, um trabalhador agrícola em Israel foi morto, enquanto dezenas de civis ficaram feridos. Somente ontem, o exército de defesa de Israel descobriu terroristas instalando explosivos ao longo da fronteira Israel-Gaza.

Perante esta realidade, Israel exerce seu direito de auto-defesa, nos termos do direito internacional. Israel nunca vai deixar de cumprir sua obrigação de proteger o seu povo.

Israel aprecia os esforços da comunidade internacional para apoiar o trabalho humanitário em Gaza. Mantemos uma estreita coordenação com o Secretário-Geral e os órgãos competentes das Nações Unidas para o fornecimento de ajuda humanitária para Gaza.

Só em 2009, 738.576 toneladas de bens humanitários foram transferidos para a Faixa de Gaza e mais de 100.000.000 de litros de diesel foram entregues à central eléctrica de Gaza. 10.544 doentes de Gaza e seus acompanhantes receberam tratamento médico em Israel.

Esses números refletem apenas uma parte da ajuda humanitária prestada ao povo de Gaza. Porém, Israel continua a ser um bode expiatório conveniente para a situação em Gaza.

No entanto, a verdade é evidente:

A complicada situação em Gaza é um resultado direto da ocupação terrorista Hamas.

A complicada situação em Gaza é um resultado direto da contínua recusa do Hamas das obrigações estabelecidas pela comunidade internacional, a saber: reconhecer Israel, renunciar à violência e aceitar acordos anteriores.

A complicada situação em Gaza é também o resultado do cativeiro em curso de Gilad Shalit pelo Hamas, onde é negado os seus direitos humanos, incluindo o acesso a ajuda de pessoal humanitário internacional.

Sr. Presidente,

Além de Gaza, a Cisjordânia oferece um futuro alternativo. Como resultado direto do conflito israelo-palestiniano, a vida econômica e cooperação para a segurança de palestinos e israelenses continua a melhorar.

No entanto, os obstáculos permanecem. A violência e o terrorismo são os desafios sempre presentes. Israel está profundamente consternado ao ver uma rua em Ramallah nomeada em honra do Yehiye Ayash, um terrorista do Hamas responsável pelo assassinato de centenas de civis israelenses inocentes - homens, mulheres e crianças.

Em outro evento preocupante, uma praça ao lado de Ramallah foi renomeada em homenagem a Dalal Mughrabi, líder de um dos mais sangrentos ataques terroristas contra Israel, o Massacre da estrada costeira, no qual 38 civis israelenses e norte-americanos foram assassinados.

Dado que o mapa para paz explicitamente afirma que "todas incitação por parte das instituições oficiais palestinas contra Israel devem acabar", que mensagem é que a Autoridade Palestiniana envia publicamente ao honrar os terroristas?

Sr. Presidente,

Neste ponto, gostaria de responder em breve às preocupações que foram expressas sobre as medidas recentes relacionadas com a prevenção de infiltração ilegal de pessoas na Cisjordânia.

Essas preocupações refletem um equívoco do sentido e finalidade dessas medidas. Por uma questão de fato, essas medidas prevêem salvaguardas importantes e da garantias do processo devido à legislação em vigor. Eles não vão muito além disso.

Deixe-me ser muito clara: estas medidas só se aplicam aos infiltrados ilegais na Cisjordânia e não se aplicam a outros residentes da área.

Sr. Presidente,

Deixe-me voltar para o maior perigo para o Oriente Médio e o mundo: Irã.

Irã continua a ameaçar a varrer Israel do mapa mundial a negar o Holocausto e reacender o anti-semitismo. Ao mesmo tempo, o Irã apoia o terrorismo e a violência contra Israel e judeus, além da Faixa de Gaza.

No Líbano, a organização terrorista Hezbollah continua a acumular armas da Síria e de seus patronos iranianos, com o consentimento e o apoio ativo das autoridades sírias. Recentemente, a Síria forneceu ao Hezbollah mísseis de longo alcance, em uma franca violação da resolução 1701. Ao fazê-lo, a Síria ativamente ameaça a frágil estabilidade no Oriente Médio.

No entanto, o perigo mais alarmante é a contínua corrida do Irã pela capacidade de armas nucleares, enquanto zomba das iniciativas diplomáticas da comunidade internacional. Tal comportamento põe em risco não só a nossa região, nem apenas um grupo específico de países. Ele põe em perigo a todos nós, e isto é reconhecido por todos. Portanto, este Conselho tem a obrigação de traduzir esse consenso em ação oportuna e eficaz.


Sr. Presidente,

A ameaça nuclear iraniana, a ameaça do terrorismo, a transferência de armas para grupos terroristas, o incitamento ao ódio ensinado às crianças árabes são os verdadeiros perigos que a situação no Oriente Médio e a Questão da Palestina enfrentam.
Todos na região têm o direito de viver sem ameaças, e todos da região têm a responsabilidade de enfrentar esses perigos. Se todos em nossa região reconhecerem a relação entre direitos e responsabilidades, nós estaremos no alvorecer de uma nova era de paz no Oriente Médio.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Hagshamá no Projeto Kiruv

O Projeto Kiruv de Copacabana recebeu Sergio Rosenboim da Hagshamá Brasil para conversar com os jovens sobre Manipulação de imagens e o uso contra Israel. O Projeto Kiruv sempre busca um convidado especial mensal para levar aos jovens uma informação variada com assuntos pertinentes a vida judaica. O tema deste encontro foi abordado de forma dinâmica, através de apresentação de filmes e fotos, fazendo da atividade um sucesso.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Milionário, prefeito de Jerusalém recebe salário simbólico de US$ 1 por ano

Por Marcelo Nínio - Jerusalém
Nir Barkat está ajustando o cronômetro do relógio de pulso quando a reportagem da Folha chega a seu gabinete, decorado com fotos antigas de Jerusalém, para entrevistá-lo.
"Preciso estar pronto para o próximo treino", diz o maratonista de 50 anos, que costuma ir correndo para o trabalho todos os dias, dispensando o carro oficial para cruzar os cerca de 10 km que separam sua casa da sede da Prefeitura.
Empresário bem-sucedido do setor da informática, que fez fortuna nos anos 90 desenvolvendo pioneiros programas antivírus, Barkat também abre mão de vencimentos como prefeito. Ou quase: oficialmente seu salário resume-se à quantia simbólica de U$ 1 por ano.
Mas não foi sua vitoriosa carreira nos negócios nem o espírito atlético o que chamaram a atenção quando Barkat venceu a eleição para a Prefeitura de Jerusalém, em novembro de 2008. O destaque foi o fato de ele ser um judeu secular, numa cidade cada vez mais habitada pelos ultraortodoxos.
A eleição de Barkat foi considerada um sopro de esperança para os seculares que, como ele, desejavam conter o desequilíbrio demográfico dos últimos anos em favor dos religiosos. No primeiro ano, através de programas de incentivos a jovens e estudantes, Barkat afirma que a chamada "fuga" de seculares já começou a cair.
Se no estilo de administração Barkat trouxe a modernidade para Jerusalém, no campo político ele se atém ao que há de mais conservador. Jerusalém Oriental, ocupada por Israel em 1967 e onde os palestinos esperam instalar sua capital, para Barkat é parte inseparável de Israel.
Há algumas semanas, no auge da crise entre Israel e os Estados Unidos provocada pela construção em Jerusalém Oriental, o direitista premiê Binyamin Netanyahu teve que pedir a Barkat que congelasse o projeto de um parque perto da cidade velha que prevê a demolição de casas de árabes.
Embora a política seja definida pelo governo de Netanyahu, o prefeito ocupa uma posição de extrema sensibilidade no meio da explosiva disputa por Jerusalém.
Uma de suas responsabilidades é justamente aprovar novas construções em qualquer parte de Jerusalém. E ele não parece disposto a parar os guindastes.
- Entrevista
O prefeito de Jerusalém ignora as críticas internacionais e garante que a cidade permanecerá "unificada" e sob soberania israelense.
Barkat afirma que as construções em Jerusalém Oriental vão continuar, apesar das fortes críticas recentes dos EUA, que abalaram as relações entre os dois aliados tradicionais.
Barkat rejeita o consenso internacional de que só a divisão de Jerusalém, com a instalação da capital de um futuro Estado palestino no setor oriental, possibilitará um acordo de paz. Em entrevista à Folha, em seu gabinete, ele explicou por quê.
FOLHA - A prefeitura confirmou um plano de construir 50 mil habitações em Jerusalém Oriental nos próximos 20 anos. Qual sua visão do que a cidade será em duas décadas?
NIR BARKAT - Jerusalém não é uma cidade só de seus residentes. Além de coração do povo judeu, ela é importante para mais de 3 bilhões de pessoas de diferentes fés. A vocação histórica da cidade é permanecer aberta. Minha visão é passar a receber 10 milhões de turistas por ano, cinco vezes mais do que hoje. O plano da cidade prevê que a população crescerá dos atuais 800 mil para 1 milhão em 20 anos, mantendo a proporção atual, um terço árabes e dois terços judeus.
FOLHA - Dessas novas moradias, quantas serão na parte oriental?
BARKAT - Não nos baseamos em Oriente ou Ocidente, mas na relação de 1/3 para árabes e 2/3 para judeus. No Estado de Israel, por lei, não se pode determinar a um árabe ou judeu onde ele deve viver.
FOLHA - É difícil ignorar que havia uma fronteira em 1967 e que boa parte dessa construção será na parte ocupada por Israel desde então.
BARKAT - Jerusalém tem muitas linhas. Tem a linha de 1967, de 1948, do mandato britânico, dos turcos, dos cruzados. Desde que foi destruída, há 2.000 anos, Jerusalém passou por mais de dez mãos.
FOLHA - Existe um consenso internacional em torno da fronteira de 1967, de que ela deve ser a base para um acordo com os palestinos.
BARKAT - Não há consenso. Consenso é quando as duas partes envolvidas concordam. Se o mundo, que é uma terceira parte, tem essa ou outra opinião, não quer dizer que temos que aceitar. Nos 42 anos em que Jerusalém está unificada sob administração israelense, ela jamais foi tão aberta e livre. Não havia liberdade para cristãos e judeus quando a cidade estava nas mãos árabes. A divisão é o maior erro que pode ser cometido. Jerusalém deve continuar aberta e unificada.
FOLHA - Os palestinos consideram as linhas de 1967 muito concretas e não aceitam um acordo sem ter Jerusalém Oriental como sua capital.
BARKAT - Quem impõe essa exigência impede o diálogo. É uma precondição que não tem chance de ser aceita.
FOLHA - Mesmo se esse fosse o preço da paz?
BARKAT - A pergunta não é justa. O preço da paz não pode ser esse. A paz deve vir do reconhecimento, da coexistência, da aceitação em fazer concessões. Provamos que ninguém é mais capaz que o Estado de Israel de manter a abertura e a liberdade de culto em Jerusalém. Qualquer mudança seria temerária. Veja o que ocorre em Gaza, com o domínio do Hamas. Quem garante que um acordo de paz seria respeitado?
FOLHA - Nem os EUA, principal aliado do seu país, concordam com a anexação de Jerusalém Oriental.
BARKAT - Há divergências até entre parceiros estratégicos. Mas nossos amigos no mundo precisam considerar que talvez estejam errados. Minha recomendação ao premiê é ser muito duro em relação a Jerusalém e flexível em outros assuntos.
FOLHA - As construções em Jerusalém Oriental continuarão?
BARKAT - Claro que sim. Quando o mundo fala em suspender a construção em Jerusalém Oriental, ele fala de judeus e árabes? Ou congelar só para judeus? Isso não seria legal em nenhum lugar do mundo, nem no Brasil ou nos EUA.
FOLHA - E a lei internacional? Ela proíbe construir em áreas ocupadas.
BARKAT - Tanto árabes como judeus constróem lá. Além disso, ocupado de quem? Jamais houve um Estado palestino. Por outro lado, houve mil anos de história judia em Jerusalém.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tel Aviv a Ramallah – Fayyad pode ser o "Ben Gurion" palestino?

De Tel Aviv a Ramallah – Fayyad pode ser o "Ben Gurion" palestino?

por Gustavo Chacra

06.abril.2010 18:48:13

http://blogs.estadao.com.br/gustavo-chacra/de-tel-aviv-a-ramallah-fayyad-pode-ser-o-ben-gurion-palestino/


Certa vez, o professor de História do Oriente Médio da Universidade Columbia, Rashid Khalidi, afirmou em uma aula que os palestinos não tiveram um Ben Gurion, como os israelenses. Um líder que construísse as instituições necessárias e tomasse as decisões corretas para alcançar o sonho de criar um Estado para o seu povo. Um homem que soubesse ler e entender os interesses das grandes potências e usá-los a seu favor.

Em vez disso, palestinos tiveram o controverso Mufti, que tomava uma decisão equivocada atrás da outra. Yasser Arafat teve seu papel ao divulgar a causa palestina de ter um Estado para o povo árabe residente nas áreas ocupadas por Israel em 1967 e, de uma certa forma, conseguiu o reconhecimento internacional dos palestinos. Hoje, seria impensável que um premiê israelense copiasse a Golda Meir e perguntasse quem são esses palestinos – se é que ela realmente disse isso algum dia. O problema é que Arafat foi um dos piores estadistas que os palestinos poderiam ter. Aliás, se houvesse um campeonato no mundo árabe, ele ficaria em último. Pode até ter sido um bom guerrilheiro, mas era nota zero em administração pública. Seu governo era corrupto e não conseguiu erguer nenhuma instituição de respeito nos territórios palestinos. Para complicar, dizia uma coisa para os EUA e Israel e outra para os árabes. Terminou a sua vida cercado em sua Muqata, no meio da Segunda Intifada, e com o sonho palestino distante.

Mahmoud Abbas, seu sucessor, pode ser bem intencionado. Mas não tem força alguma. Além disso, tampouco dá para classificá-lo como um ás em governança. Porém os palestinos têm hoje um premiê capaz e preparado, admirado não apenas entre seu povo, mas também nos EUA e mesmo em Israel. Salam Fayyad entende a necessidade os palestinos terem instituições prontas antes de lutar pela independência. E é isto que ele tem feito. Hoje, a Cisjordânia se desenvolveu e está bem mais segura do que em 2004, quando morreu Arafat. Os cartazes dos mártires não existem mais. A calma prevaleceu na Guerra de Gaza. A polícia é bem preparada. As ruas organizadas. Ramallah possui até uma emergente vida noturna. Ele ainda apoia protestos pacificos, como plantar arvores em areas sob ocupacao israelense.

No ano que vem ou em 2012, provavelmente, Fayyad irá mais adiante. E tentará buscar o reconhecimento internacional do Estado palestino. Muitos países certamente concordarão, e inclua na lista nações escandinavas, Turquia, todo o mundo árabe e islâmico, entre outros. Barack Obama também simpatiza com Israel. Seus principais interlocutores para o Oriente Médio sabem que Israel não terá tão cedo alguém como Fayyad do outro lado para dialogar.

O problema é que a administração israelense ainda desconfia. E observa Gaza mais do que a Cisjordânia. “Do que adianta um líder bom na Cisjordânia se o Hamas ainda controla a outra parte do território, lançando foguetes contra Ashkelon e Sderot?”, questionam. Agora, cabe aos palestinos mostrar que seus sonhos estão mais em acordo com Fayyad do que com o de líderes como o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, conforme escreveu recentemente Thomas Friedman no New York Times. Israel teme um mini-Irã (no sentido do atual regime, não do povo iraniano) nas suas fronteiras. Mas ficariam felizes de ter um Estado pacífico e democrático. Mais ou menos uma “Jordânia”, mas sem um rei absolutista como Abdullah. Enfim, será que Fayyad pode ser o Ben Gurion, o Mandela palestino? Até agora, ele mostrou que sabe tomar decisões acertadas e, acima de tudo, entende o que as grandes potências querem. Pela primeira vez na história, um presidente dos EUA simpatiza mais com um líder palestino do que com um israelense. Hoje, Fayyad é mais bem visto na Casa Branca do que Netanyahu

O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de “O Estado de S. Paulo” em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo em 2009

domingo, 4 de abril de 2010

Colecionador de Amizades - Texto da Clara Ant

Colecionador de Amizades


“Colecionador de amizades” foi a maneira escolhida pelo Presidente de Israel, Shimon Peres, para se referir ao Presidente Lula num dos quatro encontros em que esses dois adeptos da paz tiveram em menos de 24 horas, em Israel, entre 14 e 15 março. Além de Peres, o Primeiro-Ministro Benyamin Netanyahu, a líder da oposição Tzipi Livni, o Presidente do Parlamento, Reuven Rivlin, e a quase totalidade dos parlamentares israelenses receberam com satisfação a visita do Chefe de Estado brasileiro.

Essa recepção calorosa deveu-se, em grande medida, ao reconhecimento dos esforços brasileiros para dar novo impulso ao relacionamento bilateral. Apesar de o Brasil ter presidido, em 1947, a sessão da Assembléia Geral da ONU que consagrou a criação do Estado de Israel, os dois países estiveram muito distantes durante grande parte d os 62 anos de existência de Israel. Nos últimos sete anos, no entanto, o Brasil quis potencializar as relações com esse país amigo, investindo numa intensa e renovada agenda diplomática. Pelo menos dez Ministros brasileiros e oito israelenses cruzaram o Mediterrâneo e o Atlântico para fortalecer os laços entre os dois países, firmando acordos nas áreas de educação, meio ambiente, turismo, cultura, saúde, agricultura, defesa e ciência e tecnologia, entre outros.

Entre 2003-08, o intercâmbio comercial mais que triplicou , saltando de US$ 506 milhões para US$ 1,6 bilhão, fazendo do Brasil o principal parceiro comercial de Israel na América Latina. O Acordo de Livre Comércio entre MERCOSUL e Israel — primeiro do bloco sul-americano com um país de fora das Américas — alargará ainda mais esses horizontes promi ssores de negócios e de investimentos. O expressivo número de representantes do setor privado brasileiro, capitaneados pelo Presidente da FIESP, Paulo Skaf, no seminário empresarial em Jerusalém, confirma essa expectativa.
Como primeiro Presidente brasileiro a visitar Israel, Lula não só coroou essa bem sucedida parceria, mas também lançou as bases para novos e auspiciosos entendimentos. Numa especial deferência à comunidade judaica do Brasil, várias atividades contaram com a participação do Presidente da Confederação Israelita do Brasil, Cláudio Lottenberg, e do Presidente do Congresso Judaico Latino-Americano, Jack Terpins. A delegação também foi integrada pelo Governador da Bahia, Jaques Wagner, que depois seguiu para Palestina e Jordânia.
Além de uma relação construtiva entre Estados soberanos, interessa ao Brasil estreitar os vínculos entre nossas sociedades. Daí a programação ter incluído, além da agenda oficial, encontros com lideranças de organizações pacifistas e uma reunião com autoridades da Universidade Hebraica de Jerusalém, cujo Reitor virá em breve ao Brasil e declarou querer conhecer nessa ocasião as realizações do Plano de Desenvolvimento da Educação, o PDE.
Um dos pontos altos da viagem para toda a comitiva foi, sem dúvida, percorrer as instalações do novo Museu do Holocausto, de cujo acervo Lula guardava fortes recordações desde a visita que fizera a Israel em 1993. Tomado pelo sentimento de consternação, o Presidente brasileiro sugeriu que esse memorial às vítimas da irracionalidade humana deveria ser de conhecimento obrigatório para todos aqueles que queiram dirigir uma nação. No museu, depositou uma coroa de flores para todas as vítimas do extermínio nazista, repetindo o que fizera na entrada do Congresso em memória de todos os soldados israelenses mortos nos conflitos regionais.
Antes de se dirigir à Floresta das Nações para plantar uma oliveira, Lula ainda ouviu do Presidente do Conselho Deliberativo do Museu o pedido para que ajudasse a viabilizar um encontro entre ele, Rabino Israel Meir Lau, e o Presidente do Irã, Mahmud Ahmadinedjad, para que ambos – rabino e presidente do Irã - pudessem conversar sobre o extermínio ocorrido durante a II Guerra Mundial.

Em todos os eventos e encontros de que participamos, a busca dos caminhos para a paz na região foi um dos temas centrais, e o Presidente Lula reiterou a disposição do Brasil em ajudar no que for possí vel para que esse objetivo seja alcançado. Da mesma forma, defendeu enfaticamente a existência do Estado de Israel, soberano, seguro e pacífico convivendo, lado a lado, com um Estado Palestino, igualmente soberano, pacífico, seguro e viável.

É mais do que necessário que sejam dados passos resolutos e corajosos para superar décadas de conflito, ódio e dor. No Brasil, judeus e árabes (sejam muçulmanos ou cristãos) vivem em perfeita harmonia, ajudando a construir um país moderno, justo e desenvolvido. Essa convivência harmoniosa é fonte de inspiração para nossa política externa. É ela nossa maior credencial para cooperar na busca de alternativas para o processo de paz.
Esta é a mensagem de esperança e reconciliação que o Brasil tem levado aos povos do Oriente M&e acute;dio. Ela marcou a viagem a Israel, Palestina e Jordânia, e marcará os passos seguintes.

Com as históricas visitas de Peres aqui, em novembro de 2009, e de Lula alí, agora em março, ganham todos: Israel, o Brasil e a paz no Oriente Médio.

Clara Ant
Assessora especial do Presidente da República
clara.clara@ig.com.br

quinta-feira, 1 de abril de 2010